Foto de Balafenn Unvezh. Retirado do site: www.mst.org.br
Milhares de pessoas de 52
países foram às ruas pressionar a rotulagem de alimentos processados que
contenham algum tipo de ingrediente transgênico. O protesto, ocorrido no dia 25 de maio, tinha como alvo
principal a multinacional norte-americana Monsanto, uma das líderes mundiais em
desenvolvimento e produção de sementes modificadas geneticamente. Com o uso do
slogan “É meu direito saber”, os manifestantes defendiam que sementes estão
sendo transportadas pelo vento, causando a contaminação de lavouras
convencionais e orgânicas.[1]
Em uma página na internet
intitulada March Against Monsanto, publicada em pelo menos quatro idiomas
diferentes, os ativistas justificam suas reivindicações que vão
desde problemas de saúde causados pelas sementes modificadas a acusações de
favoritismos políticos[2].
Uma semana antes, o senado
dos Estados Unidos havia rejeitado por maioria uma ementa que requeria a
rotulagem, parecendo ceder ao lobby da Organização das Indústrias de
Biotecnologia, que incluem não só a Monsanto, mas também a DuPont Pionner, a
Syngenta, entre outras. Neste caso, o argumento é de que a identificação
obrigatória poderia confundir os clientes, levando-os a acreditar que os
produtos não são seguros.
No Brasil, o evento trouxe
repercussão. O MST, por exemplo, manifestou sua opinião quando afirmou que “a Monsanto é responsável pela perda de diversidade das
culturas no campo, substituindo as sementes crioulas pelas transgênicas,
exigindo royalties dos produtores que utilizam a tecnologia; pelo uso intensivo
de agrotóxicos; pelo monopólio de mercado dos alimentos e por sufocar estudos e
pesquisadores que apontam malefícios à saúde advindos do cultivo de
transgênicos” [3].
Do mesmo
modo, João Paulo Amaral, pesquisador da Idec, defendeu que uma das ideias da
marcha é a exigência de uma alimentação mais justa e sustentável. Para ele, o
sistema atual está nas mãos de empresas como a Monsanto, não permitindo uma
distribuição mais equilibrada dos alimentos e nem de uma agricultura inclusiva [4].
Em
defesa, a Monsanto assegura que suas sementes possibilitam maior produtividade
agrícola em uma mesma área plantada, o que conserva os recursos naturais como
água e energia.
Apesar
das acusações, ainda não existe uma série histórica que comprove que as
alterações genéticas possam levar a problemas de saúde ou ao meio ambiente. No
entanto, outras questões merecem reflexões, como por exemplo, o impacto dos
produtos transgênicos no mercado e seus efeitos nas pequenas produções
agrícolas que ainda não possuem acesso à essa biotecnologia.
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